Magnetismo
Entre os assuntos da Física, o magnetismo é um dos que parecem mais próximos da nossa vida. Afinal,
quem nunca disse ou ouviu a famosa frase “os opostos se atraem”? No entanto,
existe muito mais a ser dito sobre esse assunto, e muitos aspectos dele que
você precisa dominar para se sair bem na escola, no Enem e nos vestibulares.
História
do magnetismo
O magnetismo é um fenômeno natural e, por isso, não
faz muito sentido falar em “história do magnetismo” porque ele sempre existiu.
Porém, ele nem sempre foi conhecido do homem, e é curioso saber quando nós
começamos a perceber que ele existe.
Existem
sinais de que os chineses podem ter sido os primeiros a observar o fenômeno
do magnetismo. Porém, os relatos concretos mais
antigos são dos gregos — especificamente, do filósofo Tales de
Mileto. No século VI a.C., ele viajou ao continente asiático, a uma região
chamada Magnesia, que era província da Grécia. Lá, ele observou que algumas
pedras pequenas podiam atrair ferro e atrair outras pedras também. A razão era
o minério presente no solo da região, a magnetita, que tem propriedades magnéticas.
Na
época, a explicação de Tales foi que o minério tinha uma “alma”, que comunicava
“vida” ao ferro e, assim, produzia a atração entre eles. Hoje, nós sabemos que
não é assim que o fenômeno acontece; mas, no séc. VI a.C, essa era uma
explicação coerente para o pensamento dos filósofos da época.
Outras
explicações parecidas também foram feitas durante os séculos seguintes, até
que, em 1269, o francês Pierre de Maricourt escreve o primeiro tratado sobre as
propriedades dos ímãs.
Foi ele que enunciou a lei “opostos se atraem, iguais se repelem“, falando sobre os pólos de um ímã.
Em
1600, William Gilbert publica um livro que torna-se marco no estudo do
magnetismo, chamado De Magnete. A importância desse livro é que ele é o
primeiro trabalho sobre o assunto a seguir a noção moderna de ciência.
Depois
de Gilbert, novos avanços sobre o assunto foram possíveis a partir de 1800, com
a invenção da pilha, por Alessandro Volta.
O
que é magnetismo?
Depois
dessa volta no tempo, vamos ao nosso assunto. Afinal, o que é magnetismo? É o fenômeno de atração e repulsão observado entre seres materiais
que possuem propriedades magnéticas — por exemplo, entre um ímã de geladeira e
um pedaço de ferro. Também podemos dizer que o magnetismo é a área da Física
que se dedica a estudar esse fenômeno.
Campo
magnético
O campo magnético é a região ao redor de um ímã, na
qual a força magnética vai atuar. Isso quer dizer que outros corpos colocados
nessa região vão sofrer um efeito de atração ou repulsão.
Força
magnética
A força magnética é a própria força de atração ou
repulsão.
Fluxo
magnético
O fluxo magnético é uma parte do campo magnético
total de um corpo, que passa por uma certa área. Conhecer o fluxo magnético é
importante para entender como vai se comportar um objeto que esteja nessa área
específica de atuação da força magnética.
Imã
Quando
falamos em magnetismo, é inevitável falar de ímã. Um ímã é um corpo que apresenta uma contínua movimentação de elétrons em seu interior e, por isso, gera um campo
magnético na área que o cerca. Podemos encontrar ímãs naturais e, claro, também
produzi-los de maneira artificial.
Características
do Imã
Para
que um objeto possa ser considerado um ímã, ele deve apresentar algumas
características. Vamos ver quais são?
Pólos magnéticos
Todo
ímã apresenta dois pólos magnéticos, que são as duas
áreas do corpo em que a força magnética é mais forte.
Inseparabilidade dos pólos
Os
pólos magnéticos não podem ser separados. Por esse motivo, mesmo que você
quebre um ímã no meio, cada pedaço vai ter dois pólos. Não é possível ficar com
o pólo norte em uma mão e o pólo sul na outra.
Interação entre pólos
Provavelmente,
nem precisamos repetir, não é mesmo? Os pólos de mesmo nome se repelem,
enquanto os pólos de nome diferente se atraem. Portanto, se você aproximar dois
ímãs, tentando tocar o pólo sul de cada um, vai perceber que existe uma
resistência; enquanto, se você aproximar o pólo norte de um ímã ao pólo sul de
outro, eles rapidamente “grudam” um no outro.
Magnetismo terrestre
Assim
como muitos corpos, a própria Terra também tem propriedades magnéticas. Isso
quer dizer que ela tem pólos, produz um campo magnético, exerce força magnética,
e assim por diante. Esse fato foi descoberto empiricamente por James Clark
Ross, um explorador inglês que, ao chegar ao Ártico, observou que a bússola
apontava para o chão.
Porém,
cuidado. Enquanto os pólos geográficos são uma convenção, os pólos
magnéticos são determinados pelas propriedades magnéticas do
planeta, observadas pelos cientistas. Acontece que estas observações indicaram
que o pólo sul magnético fica na direção do pólo norte geográfico;
inversamente, o pólo norte magnético fica na direção do pólo sul geográfico.
Onde
o magnetismo é usado?
O
magnetismo tem várias aplicações práticas. A partir da descoberta e do
entendimento desse fenômeno, o homem pôde desenvolver importantes tecnologias.
Bússola
A bússola associa
um ponteiro imantado a uma Rosa Dos Ventos, para que seja possível identificar
nossa localização em qualquer parte do globo, graças ao efeito do magnetismo
terrestre. Como você já viu, quando a agulha aponta para o pólo norte
geográfico ela está, na verdade, apontando para o sul magnético da terra. A
bússola foi uma invenção chinesa e teve um importante papel para as navegações.
Ressonância
magnética
A ressonância
magnética é um procedimento médico em que uma máquina gera campos
magnéticos para produzir imagens do corpo do paciente e permitir o diagnóstico
de várias condições, desde fraturas até tumores. Isso é possível porque os
átomos de hidrogênio presentes no nosso corpo são capazes de emitir
radiofrequência quando são estimulados por um campo magnético externo,
produzindo imagens semelhantes às de um radar.