AVALIAÇÃO DOS MATERIAIS UTILIZADOS NO ENSINO DE GENÉTICA: 1ª e 2ª Lei de Mendel
AVALIAÇÃO
DOS MATERIAIS UTILIZADOS NO ENSINO DE GENÉTICA
1ª
e 2ª Lei de Mendel [1]
PAGANINI NETO, J. R. P. [2]
Marabá – PA, 2017.
RESUMO
O
conteúdo de Genética na Biologia é de grande importância para os estudantes do
Ensino Médio. E um dos pontos a serem compreendidos são as leis mendelianas ou
primeira e segunda lei de Mendel. Neste modo, tão quanto a parte teórica é
essencial no ensinamento deste assunto, como também a parte prática é
fundamental para o entendimento e assimilação. Desta forma, o objetivo desta
pesquisa é avaliar alguns materiais ou atividades lúdicas utilizadas no ensino
da Genética (Leis mendelianas) utilizados pelos professores de Biologia que
ministram Genética no Ensino Médio do município de Rondon do Pará/PA e os
materiais encontrados nas literaturas científicas. Foi usado como metodologia,
um pequeno questionário aos professores de Biologia que ministram Genética no
Ensino Médio, para saber se os mesmos usam atividades práticas para ensinar
este conteúdo. Também foram analisados os materiais que podem ser usados tanto
no laboratório como em sala de aula. Os resultados encontrados foram que os
docentes de Genética não têm o hábito de fazer atividades práticas lúdicas, mas
somente por atividades de questões do livro e no caderno. E por fim, os
materiais encontrados para praticar os conceitos de Mendel de forma mais
lúdica, apresentaram como de fácil acesso no que diz respeito na compra,
montagem e realização dos mesmos perante os alunos em sala de aula.
Palavras-chave:
Atividades lúdicas. Leis mendeliana. Materiais didáticos.
1 INTRODUÇÃO
A Biologia é uma disciplina de grande
importância aos estudantes e para toda sociedade. Ela é apresentada com
exclusividade nos três anos do Ensino Médio. No entanto, essa área teve algumas
alterações de fundamental importância, tais como práticas metodológicas de
ensino e na sua organização de conteúdo, para melhor adequar o ensino e
atualização científica. Essa modificação veio mais precisamente em meados da
década de 1950, pelo fato do ensino no Brasil sofrer enorme influência
europeia. (SILVA; MORAIS; CUNHA, 2011)
No começo
da década de 1950, a disciplina de biologia, como matéria do Ensino Médio,
ainda não aprontava do perfil contemporâneo no que tange às divisões de suas
subáreas, as quais incidiam apenas os assuntos de botânica, zoologia e biologia
geral. Eram tratados temas ligados à mineralogia, paleontologia e geologia
quando, segundo Freitas e colaboradores apud Krasilchik (2004), as finalidades
eram: de valor mais informativo, respectivamente aos conhecimentos construídos;
de valor educativo ou formativo, pertinente ao desenvolvimento do estudante;
além de proporcionar também um valor cultural, apontando à contribuição para os
grupos sociais dos quais os educandos faziam parte. (MELO; CARMO, 2009)
Segundo Silva; Morais.; Cunha (2011): “É fato inegável que
a ausência de aulas práticas tem prejudicado muito a aprendizagem biológica dos
alunos”. Apesar de que a importância das aulas práticas seja largamente
conhecida, de fato elas desenvolvem uma quantia muito pequena dos cursos de
biologia. (KRASILCHIK, 2008 APUD SILVA; MORAIS; CUNHA, 2011)
São diversos tipos de materiais didáticos
utilizados pelo professor no ambiente escolar, podendo ser impresso,
audiovisual e novas mídias que utilizam de tecnologias, por exemplo:
computadores e internet. Mas todos estes têm que ter por finalidade transmissão
de conhecimento com um pouco de brincadeira. (BANDEIRA, 2017)
Para Piaget (1978), a
brincadeira, enquanto processo assimilativo, participa do conteúdo da inteligência,
igual à aprendizagem e também é compreendida como conduta livre, espontânea,
que a criança expressa pelo prazer que lhe dá. “Com todas as tecnologias que
vem sendo proporcionadas aos alunos, é difícil prender a atenção do alunado com
metodologias baseadas unicamente com abordagens tradicionais de ensino”.
(QUIRINO et al, 2014)
“No contexto educativo é fundamental
estabelecer a estreita correlação entre os materiais didáticos, a criatividade
e os objetivos educacionais”. (SILVA; GIORDANI; MENOTTI, 2017). Neste sentido,
percebemos a grande importância de
utilizar os materiais didáticos, e principalmente no ensino da Genética! Pois
esse assunto da Biologia, além de ser algo imenso em termos de conteúdo, é fora
da vivência do estudante da Educação Básica. Pois muitas coisas nesta área são
microscópicas e molecular, tornando assim a aprendizagem mais no “abstrato”.
A
justificativa deste trabalho estar pautado na resposta de que como as leis
mendelianas é um assunto fundamental para o ensino de Genética, é necessário
saber quais os materiais utilizados pelos professores de Biologia do Ensino
Médio no município de Rondon do Pará, e caso estes docentes não possuir tais atividades
complementares ao ensino, terá por função descrever nesta pesquisa os materiais
disponíveis em fontes de informações como artigos científicos, revistas, livros
e páginas eletrônicas, a fim de mostrar para os decentes que ensinam Genética
nas instituições de ensino, uma forma complementar ao conteúdo abordado.
Para solucionar isso, e fazer com que o
aluno tenha uma melhor compreensão do Ensino da Genética - principalmente
quando se trata nas Leis de Mendel (1ª e 2ª Lei) -, o professor poderá utilizar
alguns materiais didáticos para explicar tal assunto na sala de aula. Porém, como
são vários recursos disponíveis, faz se necessário fazer uma avaliação de
alguns desses materiais desde os aspectos práticos e econômicos, como nos
quesitos de melhor ensino.
Desta forma, o objetivo desta pesquisa é avaliar
alguns materiais ou atividades lúdicas utilizadas no ensino da Genética (Leis
mendelianas) utilizados pelos professores de Biologia que ministram Genética no
Ensino Médio do município de Rondon do Pará/PA e os materiais encontrados nas
literaturas científicas
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 CONCEITOS BÁSICOS DE GENÉTICA
A Genética é um ramo da
Biologia que analisa a transmissão do material genético com o passar das
gerações, a natureza química da substância hereditária e seu modo de atuação. O
maior contribuinte dessa área foi Gregor Mendel. (LOPES, S.; ROSSO, S., 2005,
p.424).
2.1.1 SOBRE A 1ª LEI DE MENDEL
Essa
lei é aplicada quando se analisa apenas uma característica de cada vez, por
exemplo: cor da ervilha (verde ou amarela). Após Gregor Mendel selecionar nas
ervilhas apenas uma característica e observar suas descendências ele postulou o
seu conceito de segregação independente. (MORAES, L. P., 2017)
2.1.2 SOBRE A 2ª LEI DE MENDEL
De
acordo com Dantas (2017) a segunda lei de Mendel, tem como alicerce a análise
dos efeitos decorrentes às possibilidades que abrangem não mais o estudo de uma
característica isolada (como na primeira lei de Mendel), mas sim o
comportamento fenotípico envolvendo duas ou mais características, por exemplo:
cor da ervilha (amarela ou verde) e tamanho da planta (pequena ou grande).
2.1.3 A GENÉTICA NO ENSINO MÉDIO
A genética ensina a
hereditariedade. Ela é uma parte da Biologia que estuda os mecanismos de
transmissão das características de uma espécie, ocorridos de uma prole para
outra, além das mudanças que ocorrem na transmissão das características e o
valor delas na constituição dos organismos e na construção de tecnologias. A
genética aplicada é o alicerce para a edificação de biotecnologias e também
providencia as ferramentas para a constituição das técnicas de biologia
molecular” (CASAGRANDE, 2006 APUD MOURA et al, 2013).
No Brasil, os temas da
genética fazem parte do conteúdo de Biologia geralmente doutrinado na 2ª série
do ensino médio. Contudo, a genética, como estudo, não é bem acolhida pela
maioria dos discentes do ensino público em função de sua complexidade. (MOURA
et al, 2013)
Para Vilela (2007) apud
Moura et al (2013) essa problemática se deve em grande parte ao não preparativo
adequado do educador que ministra o conteúdo, pela falta de associação dos
assuntos dados frente ao fato no qual o estudante está implantado e pela forma
abstrata de como os conteúdos são abordados em algumas obras didáticas.
Segundo Borges, Lima (2007)
e Durbano et al. (2008) apud Moura et al, (2013), boa parte dos estudantes
brasileiros sai do ensino médio achando, por exemplo, que as leis de Mendel são
apenas “letras” que se combinam em um cruzamento, não obtendo cometer a
associação de que essas “letras” como AA ou Aa, que são apenas exemplos, são
sequências nucleotídicas, que representam os genes, e estão localizadas nos
cromossomos, se segregando durante a meiose para a formação dos gametas. Ao
mesmo tempo do que isso, as leis de Mendel são a embasamento para a concepção
das características hereditárias passadas de geração a geração como a
manifestação em uma geração da prole de uma determinada moléstia, ou então para
produzir uma prole de animais de importância econômica”.
Segundo Bastos (1995), Alves
(2001) e Martins et al. (2010) apud Moura et al (2013), muitos estudantes ao
mesmo tempo não conseguem realizar a associação entre alelo, gene, cromatina e
cromossomo, e perceber que essas composições estão ou fazem parte de uma mesma
molécula que é o DNA. O não entendimento desses princípios fundamentais de
genética consequentemente afeta o entendimento das técnicas atuais de biologia
molecular.
2.2 AS DIFICULDADES DO ENSINO DA
GENÉTICA DENTRO DA BIOLOGIA
O docente de biologia tem permanecido
historicamente exposto a uma série de desafios que o forçam a acompanhar as divulgações
científicas e tecnológicas. E o maior desafio é a construção coletiva do
conhecimento de forma sistematizada e compreensível, o que leva tempo, estudo e
dedicação. (MOURA ET AL, 2013)
Ampla é a carga horária dos
educadores do ensino médio, principalmente das escolas públicas. Essa carga
exagerada faz com que o professor não tenha tempo hábil para se organizar e se
atualizar. O avanço nas áreas da ciência, como por exemplo, na área de
genética, acontece rapidamente e muitos docentes não conseguem atualizar-se em
tempo hábil. Muitos professores também possuem dificuldades para conviver com
as novas tecnologias e com linguagens do mundo atual, podendo fazer com que a
formação do professor seja considerada arcaica poucos anos depois de sua
formação (ARRUDA, 1994; DINIZ; SCHALL, 2001; JUSTINA; BARRADAS, 2004, APUD
MOURA ET AL, 2013).
Para a oferta de um adequado
ensino de biologia, com destaque a genética, se faz indispensável que o
professor tenha a sua disposição recursos didáticos que propiciem a relação
teoria - prática. A falta de recursos didáticos pode colaborar para má formação
de conceitos e incompreensão de conteúdos”. (MOURA ET AL, 2013)
Quanto as soluções didáticas, existem múltiplas opções de
recursos visuais que podem ser utilizados pelos educadores na intenção de
alcançar o objetivo da disciplina, como quadro negro, retroprojetores, filme,
diapositivos (data show e PCTV) e modelos. Apesar dessa abundância em termo de
opções, há o problema quanto à quantidade e disponibilidade desses recursos
dentro dos estabelecimentos de ensino”. (SILVA, F. S. S.; MORAIS, L. J. O.;
CUNHA, I. P. R., 2011)
O quadro branco/negro prossegue sendo a solução mais
utilizado nas escolas. Porém o emprego de apenas desse recurso não consegue
atingir as finalidades propostos pela disciplina de Biologia, visto que a mesma
carece de ilustração. O livro didático, sem dúvida, é o recurso mais utilizado
pelos professores. Porém, nem sempre ele colabora para a aprendizagem por não
estar sendo manipulado da forma adequada”. (SILVA, F. S. S.; MORAIS, L. J. O.;
CUNHA, I. P. R., 2011)
Segundo Moura et al (2013):
“Mas não se pode perder o foco de que a simples presença do aparato tecnológico
na sala de aula não garante mudanças na forma de ensinar e aprender”.
2.3 A IMPORTÂNCIA DAS AULAS PRÁTICAS
Na visão de SILVA; MORAIS; CUNHA (2011), “muitos
professores acreditam que o ensino de Ciências poderia ser melhorado se
houvesse aulas práticas nas escolas. Entretanto, muitas vezes a escola tem
laboratório, só que o professor não o utiliza”.
De acordo com Rezende (2007) apud Silva; Morais; Cunha
(2011): “os professores de biologia devem recorrer a aulas práticas na intenção
de dinamizar o ensino dessa disciplina”.
Segundo Cachapuz et
al. (2005) apud Costa (2013): “as atividades práticas podem favorecer,
entre os estudantes, modos de pensar, atitudes e até interconexões entre
Ciência, tecnologia, ambiente e sociedade. Assim, tais atividades podem
aproximar o ensino à Ciência”.
Capeletto (1992) afirma que existe uma fundamentação
psicológica e pedagógica que alimenta a necessidade de proporcionar à criança e
ao adolescente a chance de, por um lado, exercitar habilidades como cooperação,
concentração, organização, manipulação de equipamentos e, por outro, vivenciar
o método científico, entendendo como tal a observação de fenômenos, o registro
sistematizado de dados, a formulação e o teste de hipóteses e a inferência de
conclusões. (COSTA, L. S., 2013)
2.4 DIFICULDADES DAS AULAS PRÁTICAS DE
GENÉTICA
Para a aplicação de aulas práticas, a carência de recursos
e a falta de tempo estabelecem os principais fatores apontados por esses
profissionais. “Os alunos gostam de aulas apresentadas de forma diferente,
mesmo que as condições sejam precárias [...]. É claro que a correria toma todo
nosso tempo [...]” (SILVA, 2009). De fato, a educação no Brasil esbarra em
várias dificuldades quanto a recursos disponibilizados, principalmente em
escolas públicas. Porém, isto não isenta estes profissionais das suas
responsabilidades com a aprendizagem dos alunos. (SILVA; MORAIS; CUNHA, 2011)
As dificuldades nem sempre estão na estrutura dos
laboratórios, na ausência de materiais a serem utilizados, e sim na falta de
preparo do docente para mobilizar este recurso didático. Nesse comando, Costa
afirma que, muitas vezes, as aulas práticas não acontecem por falta de
conhecimento dos docentes, que estas práticas exigem. (COSTA, 2013)
O desinteresse dos estudantes não está acompanhado apenas a
fatores externos à escola, mas o próprio professor tem sua parcela de culpabilidade.
Tais afirmações vêm de encontro ao que expõe Vasconcellos (2003). “Muitos
fatores podem contribuir para o aluno perder o interesse pela escola [...] Mas,
com certeza a escola mesma também tem sua parcela de responsabilidade” (SILVA;
MORAIS; CUNHA, 2011)
Para modificar esta situação contrária do ensino de
Biologia, é necessário que haja uma modificação de atitude do professor em
relação às metodologias de ensino por ele utilizadas. “O professor pode adotar
procedimentos bastante simples, mas que exijam a participação efetiva do
aluno”. (SILVA; MORAIS; CUNHA, 2011)
3 MATERIAL E MÉTODOS
O
trabalho será desenvolvido com base em uma pesquisa de campo e nas literaturas
que falam sobre materiais lúdicas para o ensino das leis mendelianas em
Genética. A metodologia de desenvolvimento deste trabalho estar dividido em
duas etapas:
1ª ETAPA: ENTREVISTA COM OS PROFESSORES
DE BIOLOGIA QUE MINISTRAM GENÉTICA
Através de um questionário
foram levantados dados que visam saber se os professores de Biologia do Ensino
Médio do município de Rondon do Pará/PA no ano de 2017, que ministram o
conteúdo de Genética, utilizam algum tipo de material complementar do tipo
lúdico ou práticas laboratoriais, com a finalidade de avaliar os seus
respectivos materiais didáticos. Caso os educadores não utilizarem nenhum tipo
de atividade lúdica, seguir para a etapa 2. Na entrevista, foram pontuadas tais
perguntas:
·
Utilização
do laboratório;
·
Atividades
práticas para o ensino de Genética;
·
Importância
dos materiais didáticos para o ensino de Genética.
2ª ETAPA: MATERIAIS DISPONÍVEIS PARA O
ENSINO DA GENÉTICA (1ª E 2ª LEI DE MENDEL)
Serão
avaliados quatro materiais disponíveis como: mutantes de tomateiros; jogo da
velha mendeliano; simulando cruzamento no monoibridismo e um tabuleiro. Ambos
materiais forma encontrados em livros didáticos, artigos, revistas e blog. Em
cada um desses quatro itens, terá um pequeno resumo de como cada um funciona,
além de responder as seguintes observações:
·
É
utilizável para a 1ª e 2ª Lei de Mendel ou apenas uma delas?
·
É
de fácil compreensão?
·
A
aquisição dos materiais é de fácil acesso?
·
Gasta-se
muito tempo para montar os materiais e resolvê-los?
·
É
um material novo para os alunos?
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
1ª ETAPA
a) Quanto a utilização do laboratório
A
escola pesquisada apresenta um laboratório para realização de atividades de
Química, Física e Biologia.
Ambos
professores de Biologia que ensinam o conteúdo de Genética, não utiliza o
laboratório.
Quadro 1 – utilização do laboratório
Professor A |
Não,
por falta de tempo e muitos alunos para levar, pois aumenta o risco de
quebrar alguns materiais que lá dentro possui. |
Professor B |
Não,
devido não ter apoio escolar no que se refere a ajuda de custo e auxiliar de
laboratório para ajudar o professor. |
Fonte: pesquisa do autor.
A
respeito do emprego de aula práticas de laboratório, Krasilchik (2008) apud
Costa (2013) avisa que essas aulas trazem um espaço insubstituível nos cursos
de Biologia, pois exercem cargos singulares: aceitam que os alunos tenham relação
direta com os acontecimentos, manuseando os materiais e equipamentos, e
analisando nos organismos.
b) Práticas no ensino de Genética
Quadro 2 – ATIVIDADES PRÁTICAS PARA O
ENSINO DE GENÉTICA
Professor A |
As
atividades práticas são realizadas em sala de aula, porém é através de
exercícios de Genética nos livros didáticos ou em caderno. |
Professor B |
Faço
exercícios em sala de aula e para ser feito em casa. Também apresento em
classe o quadro de Punnet para alguns alunos responderem no quadro da sala de
aula. |
Fonte: pesquisa do autor.
Conforme
Gioppo et al. (1998, p.44) apud Costa (2013): “[...] as experimentações [...]
não requerem um local especial para sua realização. É possível realizar
experimentos em diversos ambientes no espaço escolar”.
c) Importância dos materiais para o
ensino de Genética
Quadro 3 – Importância dos materiais
didáticos para o ensino de Genética.
Professor A |
Por
mais das dificuldades, é muito importante ter materiais complementares para o
ensino, e principalmente na área da Genética. |
Professor B |
É
de suma importância ter materiais didáticos para o ensino de Genética pois o
aluno irá concretizar aquilo que foi apresentado em sala de aula. |
Fonte: pesquisa do autor.
Neste
sentido, os discursos dos professores A e B vão de acordo ao ponto de vista de
Krasilchik e Cachapuz et al (2005) apud Costa (2013), quando ressalvam que não
há ciências sem práticas.
Desta
forma, é essencial conhecer alguns materiais didáticos par o ensino de Genética
no conteúdo da 1ª Lei e 2ª Lei de Mendel. E, como é de proposta desse trabalho,
a função é apresentar e mostrar os pontos avaliativos que cada um possui.
2ª ETAPA
a) TOMATEIRO
Figura 1 – Mutantes de tomateiro
Fonte: Piotto e Oliveira, 2012.
De acordo com Piotto e Oliveria
(2012): “A semeadura dos tomateiros para avaliação de fenótipos pode ser feita
de diversas maneiras. A forma mais comum é semear as sementes em bandejas de
isopor próprias para a confecção de mudas de hortaliças”. Mais uma alternativa
é fazer a semeadura diretamente nos vasinhos ou saquinhos frequentes praticados
para o cultivo dos vegetais, além de usar copos descartáveis. Desse modo, o professor deve reservar pelo
menos 6 meses para a preparação das aulas práticas. (PIOTTO; OLIVEIRA, 2012)
Aplicável para a 1ª e 2ª
Leis de Mendel. É um material novo aos alunos pois este de fato mostra as leis
mendelianas na prática como a cor da flor e forma da folha do tomateiro. Além
do mais, o aluno se sentirá como se estivesse replicando o que Gregor Mendel
fez com os estudos das ervilhas. Os problemas desse material estar na sua
aquisição, pois deve comprar as sementes de linhagem pura, entrando em contato
como os autores via correio eletrônico: fpiotto@gmail.com
e gexolive@gamail.com. Além do mais,
gasta-se tempo para a germinação, crescimento da planta e fecundação, para só
depois fazer a análise fenotípica.
b) JOGO DA VELHA
Figura 2 – Jogo da velha mendeliano
Fonte: Bertocchi et al, 2016, p. 192.
Segundo
Bertocchi et al (2016) os alunos precisam montar no tabuleiro quais gametas
podem ser adquiridos a partir dos parentais disponibilizado. Logo após
posicionamento dos gametas, preencher com os prováveis genótipos.
Percebe-se
que essa atividade lúdica serve para a 1ª e 2ª lei de Mendel. A aquisição dos
materiais é de fácil acesso pois pode usar papel colorido ou E.V.A. e sua
montagem é rápida, podendo ser feita em sala de aula. No entanto, não é essa
atividade não é algo inédito, pois essa atividade é o mesmo quadro de Punnet
que o aluno ver no livro e o professor o faz no quadro no momento da explicação
das leis mendelianas.
c) CRUZAMENTOS COM PAPEL
Figura 3 – Simulando cruzamentos no
monoibridismo
Fonte: Pliessing, 2009.
Para realizar essa atividade
da figura 3, deve-se depositar todas as peças amarelas em uma caixinha e todas
as peças verdes em outra. Retirar concomitantemente uma peça de cada caixinha e
assentar na mesa (F1). Em seguida, repartir os descendentes adquiridos do
cruzamento anterior (F1) igualmente nas duas caixinhas. Após mexer, retirar
simultaneamente uma peça de cada e colocar na mesa com a finalidade de
representar a geração F2. (PLIESSING, 2009).
Nota-se
que essa brincadeira também só serve para a 1ª lei de Mendel. A obtenção dos
materiais pode ser adquiridos no uso de papel colorido ou E.V.A. e sua montagem
é bem simples e com rapidez, com isso, pode ser feita pelos alunos em sala de
aula. Essa atividade será algo inédito, pois a mesma mostra, além das leis
mendelianas, o processo da probabilidade (regra do “e” e do “ou”), ensinado no
momento da explicação das leis da genética. Ou seja, o aluno irá perceber a
parte fenotípica e sua probabilidade na prática, no momento que estiver
realizando tal atividade lúdica.
d) TABULEIRO
Figura 4 – Tabuleiro
Fonte: Gomes e Rocha, 2014.
Neste tabuleiro, a
brincadeira inicia-se quando o primeiro jogador lança o dado. Ao percorrer as
primeiras casas o trajeto divide-se e fica a discernimento do jogador optar ir
pela direita ou pela esquerda. No caminho do jogo há casas circulares especiais
que sugerem questões de múltipla escolha, verdadeiro ou falso, frases de
completar e cruzamentos específicos. Somente nas casas circulares acumula-se
pontos. (GOMES; ROCHA, 2014)
Esse
jogo pode ser usado para a 1ª e 2ª lei de Mendel, não somete a esses dois
assuntos da Genética, como também sobre outros tópicos do conteúdo. O acesso
aos materiais dependerá um pouco de pesquisa, pois deverá ter um dado e pinos
de plásticos (também pode usar tampas de garrafas pet). Na confecção do papel,
deverá ser feito em papel bem maior do tamanho A4, pois deve conter os desenhos
e casas impressas ou desenhadas manualmente. Devido a isso, requer um pouco de
tempo do docente e dos educandos. Essa atividade terá novidade por parte dos
alunos, pois será um jogo divertido. Além do mais, terá no final o vitorioso, e
essa conquista será para aquele que estar estudando os conceitos genéticos.
5
CONCLUSÃO
Analisando as entrevistas
feitas aos professores ministrantes do conteúdo de Genética no Ensino Médio,
percebe-se que os principais problemas referem-se ao pouco período disponível
para a efetivação das atividades e aulas experimentais. Além do mais, a
disponibilidade de acesso aos materiais, devido falta de recursos financeiros
providos da escola, e sem contar a falta de ajudantes para elaborar e auxiliar
a montagem dos materiais (principalmente os lúdicos) para aulas práticas.
Mesmo
perante a esses problemas é indispensável uma reflexão sobre o valor das
atividades de prática e experimentais no ensino de Genética, uma vez que, ao se
ministrar apenas aulas teóricas ou prevalecendo-se apenas de um processo, o
estudante se tornará desinteressado e não formará união entre conceitos
teóricos e sua importância no seu cotidiano.
As
brincadeiras, materiais didáticos, jogos, enfim, tanto a parte didática
experimental, como a lúdica, são exercícios básicos necessários que contribuem
para o desenvolvimento intelectivo, motor, emocional e social dos alunos do
Ensino Médio, podendo os mesmos serem trabalhados no laboratório ou não
(conforme vimos que os professores não tem como levar muitos alunos para aulas
laboratoriais).
Desta
forma, é imprescindível uma conexão, associação entre conteúdos teóricos e
aulas experimentais (atividades lúdicas, por exemplo) mesmo que isso, muitas
vezes, produza uma alteração no planejamento de aula programado para um
determinado dia ou semana.
Vale
lembrar que uma aula lúdica e experimental para ser bem aproveitada e sucedida
necessita ser feita com preparo, e tendo a participação de todos os alunos, e
não somente observando o que estar acontecendo.
Infelizmente,
percebe-se que tais atividades ficam estagnadas devido a sua própria aquisição,
pois eles devem ser comprados em papelarias e montados. E nesta parte
financeira, corre o risco da escola não arcar com as despesas, e na parte da
montagem, o professor deverá fazer em seu domicilio ou em sala de aula. O ideal
é ser feito em classe para que o aluno já começa a entender as etapas do jogo
ou atividade prática, para assim fazer uma ótima aula prática e ter um
aprendizado em Genética (no que se refere a primeira e segunda lei de Mendel)
muito melhor do que seria somente na teoria.
REFERÊNCIAS
LOPES, Sônia; ROSSO, Sergio. Biologia. Volume único. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2005. p. 424.
MOURA, J. et al. Biologia/Genética:
o ensino de biologia, com enfoque a genética, das escolas públicas no Brasil –
breve relato e flexão. 2013
MELO, J. R.; CARMO, E. M. Investigações sobre o ensino de
Genética e Biologia Molecular no Ensino Médio brasileiro: reflexões sobre as
publicações científicas 2009
SILVA,
F. S. S.; MORAIS, L. J. O.; CUNHA, I. P. R. Dificuldades dos professores de Biologia em ministrar aulas práticas. UNISULMA,
Revista_UNI_artigo9_p135_149, 2011
GOMES,
L. R.; ROCHA, D. P. Proposta de jogo
didático: “as descobertas de Mendel”. SBEnBio, 2014.
BERTOCCHI,
N. A. et al. “Jogo da velha mendeliano”:
uma atividade lúdica para o ensino de Genética. Revista Brasileira de
Ensino de Ciência e Tecnologia. V. 9, n. 3. Ponta Grossa: 2016.
PIOTTO,
F. A.; OLIVEIRA, G. C. X. Mutantes de
tomateiro em aulas práticas de genética. Genética na Escola. V. 7, n.
1, 2012.
SILVA,
E. L.; E. M. GIORDANI; C. R. MENOTTI. As
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COSTA, L. S. Dificuldades no
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QUIRINO, H. A.; et al. Jogos de cartas
utilizados como auxilio didático no desenvolvimento do aprendizado em genética
molecular no ensino médio. 2017
BANDEIRA, D. Material didático, conceito, classificação geral e aspectos da elaboração.
2017
MORAES, L. P. Primeira lei de Mendel. Mundo Educação. Disponível em: <
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/primeira-lei-mendel.htm> Acesso
em: 23 jun. 17
DANTA, T. Segunda lei de Mendel. Mundo Educação. Disponível em: <
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/biologia/segunda-lei-mendel.htm> Acesso
em: 23 jun. 17
[1] PAGANINI NETO, J. R. P. Avaliação dos materiais utilizados no ensino de genética: 1ª e 2ª Lei de Mendel. 2017. 17 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Licenciatura em Ciências Biológicas) - Centro Universitário Leonardo da Vinci, Marabá, 2017.
[2] PAGANINI NETO, J. R. P. - João Rocha Pereira
Paganini Neto "João Neto Paganini", possui Mestrado em Genética pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás - PUC Goiás. Graduado em Ciências Biológicas
(Licenciatura) e pós-graduado (Especialização) em Docência no Ensino Superior ambas pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI. Atualmente é professor da Educação Básica (Fundamental e Médio) no município de Rondon do Pará - PA, Brasil. Contato: jnpaganini@hotmail.com Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0061849067287037